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18 de Abril de 2024

Esqueceram de mim – no aeroporto

Caso da menina de 7 anos 'perdida' pela TAM em aeroporto provocou grande mobilização nas redes sociais. – mas está longe de ser uma história isolada

há 9 anos

Sucesso nos anos 1990, a sequência Esqueceram de Mim narra a saga de Kevin McCallister (vivido por Macaulay Culkin), um garoto peralta de 8 anos que fica para trás em duas viagens de férias da família. No segundo filme, Kevin se perde num aeroporto e acaba embarcando no voo errado. Mas se renderam risadas nas telas dos cinemas, casos do gênero na vida real resultam em horas de pânico para pais e familiares. Na semana passada, o caso da filha da jornalista mineira Carolina Petter, de 7 anos, causou grande repercussão nas redes sociais. Deixada pelos pais sob a guarda da TAM para embarcar rumo a João Pessoa (PB), onde passaria férias com os avós maternos, a menina acabou perdida no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Carolina e o marido haviam contratado o serviço da companhia para acompanhamento de menores até o assento no avião, quando a responsabilidade é transferida aos comissários de bordo. A reportagem de VEJA procurou os leitores que comentaram no perfil da revista no Facebook ter passado dramas similares. O resultado foi assustador: as histórias demonstram que o ocorrido em Guarulhos está longe de ser um caso isolado. Acompanhe a seguir alguns relatos.

Em janeiro de 2010, o vendedor Diego Moreira de Macedo, de 33 anos, contratou um despachante da Gol para acompanhar sua filha de então 9 anos numa viagem a Fortaleza (CE) - onde ela mora com a mãe. Ele entregou a menina ao responsável e, quando o avião decolou, voltou para sua casa. Às 23 horas, recebeu uma ligação de um funcionário da Gol alegando que sua filha não havia embarcado, mas sim ficado sozinha no aeroporto até aquela hora. A companhia levou a criança até a casa do pai e disse que ela havia se perdido no aeroporto. "Minha filha ficou seis horas sozinha no aeroporto do Galeão. Poderia ter acontecido algo horrível", disse. A Gol remarcou o voo, mas Macedo acionou a Justiça contra a empresa. Segundo ele, nenhuma audiência ocorreu até o momento, com exceção de uma tentativa de reconciliação, na qual a companhia ofereceu 1.000 reais para encerrar o processo.

A empresária Liz Thamires Baptista, que mora em Campo Grande (MS), passou pelo pavor duas vezes. Em 2013, ela contratou o serviço de acompanhamento da Gol para embarcar o filho, então com 7 anos, para visitar o pai no Rio de Janeiro. O voo de volta tinha conexão prevista em Guarulhos, e lá o menino foi colocado numa sala especial. Ninguém na companhia, porém, se lembrou de embarcá-lo na aeronave que completaria o trajeto. A mãe lembra que a funcionária avisou seu filho que o voo sairia em quinze minutos. Porém, quando o filme Rei Leão era exibido pela segunda vez, o menino procurou uma funcionária para se queixar: "Moça, já foram mais de quinze minutos". A funcionária, assustada, percebeu que havia esquecido de embarcar o menino. "Eu tive que ir até a Polícia Federal para entender o caso", conta a mãe. "Meu filho teve que esperar o próximo voo por negligência da Gol."

No último dia 14, o filho de Liz viajou novamente desacompanhado para visitar os avós em Porto Alegre. Ela contratou o serviço de acompanhamento da companhia Azul por 110 reais. Novamente, no voo da volta, problemas: o menino, agora com nove anos, não ficou em uma sala especial durante a conexão, em Congonhas (SP). Foi apenas avisado do horário do embarque e orientado a estar no portão indicado. Ele deixou seus pertences no balcão da Azul e foi comprar um refrigerante. Quando voltou, percebeu que seu boné havia sumido. "Ele me ligou chorando para contar e por isso descobri que estava sozinho". Ao acionar a companhia pelo telefone, a mãe recebeu a seguinte resposta: "A Azul é responsável apenas pela criança e não pelos pertences dela". A empresária entrou em contato com a Agencia Nacional de Aviacao Civil (Anac), mas ouviu que não poderia resolver o problema porque só tinha responsabilidade por questões aeroportuárias de tráfego aéreo. Ao formalizar a reclamação na Azul, recebeu um pedido de desculpas e uma oferta de um voucher de cem reais, que recusou. Segundo Liz, o filho está traumatizado e não quer mais viajar de avião.

Não são apenas as crianças que acabam 'esquecidas' pelas aéreas. Em agosto de 2013, o empresário carioca Salvador Oliveira, de 37 anos, pagou pelo trabalho do despachante da Gol para embarcar seu pai, Antônio Oliveira, de 74 anos. O destino do voo era Maceió, com conexão na Bahia, onde a aeronave teve uma pane em solo. A Gol hospedou os passageiros em um hotel, mas não comunicou a família. O cunhado de Antonio o esperava no aeroporto, mas ele não chegou. Oliveira só recebeu notícias do pai às 23 horas, quando o aposentado conseguiu um celular emprestado para contatar o filho.

O serviço de acompanhamento é opcional e oferecido a menores de idade, grávidas, idosos e cadeirantes que viajam sozinhos. Pode ser adquirido durante a compra das passagens ou no momento do check-in, ao custo em média de 100 reais para voos nacionais, e 70 dólares para viagens ao exterior. Após o despacho de bagagens, o requerente é acompanhado por um funcionário da companhia durante toda a sua permanência no aeroporto, e só é deixado quando colocado no avião - momento em que os comissários de bordo ficam responsáveis por ele.

Respostas - A reportagem procurou a Anac para checar o número de reclamações sobre esse tipo de ocorrência, mas ouviu da assessoria de imprensa que não há uma contabilidade porque não são dos mais recorrentes no guichê - inundado por relatos de atraso de voo e perda de bagagem. A Gol Linhas Aéreas não se pronunciou e alegou que os casos que envolveram a companhia são antigos. Além disso, não soube dizer que tipo de providência foi tomada nos relatos acima. Em resposta ao caso de Liz, a Azul afirmou que a criança foi assistida e acompanhada até o momento do embarque, e ofereceu umvoucher de cem reais para "compensar o inconveniente".

Em relação ao caso da menina de 7 anos 'perdida' pelo despachante da TAM Linhas Aéreas, a companhia afirmou que "houve uma falha no processo de embarque", mas que "em momento algum a menor deixou de ser assistida por um funcionário".

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/esqueceram-de-mim-no-aeroporto

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